sexta-feira, 15 de abril de 2011

7 mitos sobre a maconha

Mesmo a pessoa mais conservadora conhece as 
cinco pontas da folha de maconha. A planta, que 
dá origem a uma das drogas mais consumidas no
mundo, virou até símbolo pop, sendo estampada 
em camisetas, brincos, colares e outros acessórios. 
Tanta popularidade, no entanto, não impede que a 
maconha continue sendo uma das drogas mais 
controversas. São tantos argumentos contra e a 
favor da liberação da cannabis para o uso medicinal 
e, até mesmo, para o uso pessoal, que foram criados 
alguns mitos sobre a verdinha. 

Mas antes de você se estresse sobre o assunto, 
desvendei 7 mitos sobre o cigarro mais famoso 
do mundo.. KKKKK

:

A maconha vicia
O vício na maconha é uma questão bastante 

relativa até mesmo para os cientistas. 
Segundo o biomédico Renato Filev, pesquisador 
do Núcleo de Neurobiologiae Transtornos 
Psiquiátricos da USP, o vício na cannabis, 
de fato, não existe, mas sim um hábito de fumá-la. 
O consumo de erva com frequência pode ser 
considerado vício, porém, não há relatos clínicos 
de casos de abstinência”. Também não há relatos 
de tolerância (quando a droga não faz mais efeito) à 
cannabis, um dos sintomas do vício. O fato do conceito 
de dependência ter ganhado outras facetas também 
dificulta dizer se há o vício. 
“Há diferentes níveis de dependência. O vício na maconha, 
entretanto, é social e individualmente menos danoso do 
que os de outras drogas e mais fácil de ser enfrentado, 
ainda que acarrete grande sofrimento, como qualquer 
transtorno mental grave”, diz o antropólogo Maurício Fiore. 
Ou seja, você pode não se tornar quimicamente dependente 
da maconha, mas mentalmente.

A maconha causa danos cerebrais
O uso excessivo de maconha pode causar danos cerebrais 

sutis a longo prazo, mas não deixar a pessoa completamente
demente. Este mito aparece na história desde o século 19, 
quando os ingleses acreditavam que o bhang, bebida à base 
de maconha bastante comum na região da Índia, causadv 
demência. Hoje, depois de anos de pesquisas, sabemos 
que a cannabis não faz mal, desde que usada moderadamente. Experiências que compararam pessoas que não 
fumavam maconha com usuários assíduos, que consumiam 
cinco baseados por dia há mais de 15 anos, 
mostraram diferenças sutis nos resultados de memória 
e atenção. A mesma pesquisa mostrou que o uso 
excessivo e diário de álcool causa mais sequelas 
do que a cannabis.

Maconha x Cigarro: males


Não há provas da relação direta entre fumar maconha e 
câncer de pulmão, traqueia ou outros associados ao uso 
do cigarro. Nem por isso, o baseado está livre de seus 
males. “O fato de ser inalada normalmente sob a forma 
de fumaça resultante da queima da erva enrolada num 
papel acarreta consequências tão ou mais negativas que 
as do tabaco”, diz o antropólogo Fiore. Outra preocupação 
é que os resultados do uso prolongado da droga ainda 
são incertos.“A ilegalidade da maconha é um enorme 
obstáculo para a pesquisa sobre consequências do seu 
consumo e para a disseminação de informações aos 
seus consumidores”, completa Fiore. Mas já sabe-se 
que o usuário eventual não precisa se preocupar com 
um aumento grande do risco de câncer. Porém, aquele 
que fuma mais de um baseado por dia há mais de 15 
anos deve pensar em parar.

A maconha é só o começo
Grande parte de viciados em drogas pesadas foi, no 
passado, usuário de maconha, mas nem todos ficam 
viciados em drogas pesadas. Esta é a melhor maneira 
de explicar o fenômeno que deu à cannabis a fama de 
que é uma porta de entrada para o consumo de drogas 
como o crack e a heroína. “Uma parcela muito pequena 
de usuários de maconha migram para outras drogas”, 
diz o biomédico Filev. A maior e única ligação entre a 
maconha e o crack, por exemplo, é que ambos são ilegais 
e são vendidos no mesmo lugar. Segundo o antropólogo 
Mauricio Fiore, o que faz um usuário de maconha ter 
acesso a drogas mais pesadas é o simples e puramente 
fácil acesso a elas, por estarem na “mesma prateleira do 
supermercado”.


A maconha é mais forte hoje do que era no passado
As novas técnicas de cultivo da cannabis e a 
popularização do skunk, maconha hidropônica, são 
os culpados pelo surgimento deste mito. A sociedade 
civil acusa que o uso de tipos híbridos no cultivo da 
maconha faz com que a planta tenha maior quantidade 
de resina e de princípios ativos, o que a deixaria mais 
“forte”. De fato, a “potência” da maconha depende da 
“safra” da cannabis e dos cuidados do cultivador, mas 
essa turbinada independe se a planta é hidropônica 
ou não. “Planta geneticamente alterada não significa 
maior potência e nem muito menos que os usuários 
estejam consumindo maconha de forma mais arriscada 
ou perigosa”, diz o antropólogo Fiore.




Maconha não tem valor medicinal
A maconha pode (ainda) não curar, mas ajuda a aliviar 
os incômodos do tratamento de transtornos mentais e 
de portadores do HIV, estimulando o apetite dos pacientes. 
O primeiro relato médico do uso medicinal da cannabis 
foi há 5 mil anos, em um herbário chinês, onde a planta 
era indicada para combater males como a asma, 
doenças do aparelho reprodutor feminino, insônia e 
constipação intestinal. No ocidente, quem inaugurou 
o uso “sério” da droga foi o professor Raphael 
Mechoulam, da Universidade Hebraica de Jerusalém. 
Atualmente, os medicamentos com base na maconha 
estão sendo usados em pacientes de Aids, câncer e 
esclerose múltipla. “Estão sendo feitos os componentes 
da Cannabis em comprimidos e spray”, conta o 
biomédico Filev. “A droga, então, poderá ser usada nos
tratamentos de transtornos como ansiedade, depressão, 
psicose, esquizofrenia e doenças neurodegenerativas”.


Na Holanda vale tudo!
Se você acha que, assim que descer em Amsterdã, 
encontrará pessoas por todos os cantos fumando os 
seus cigarros de maconha, você está completamente 
enganado. Ao contrário do que achamos, a Holanda 
não liberou a Cannabis, mas adotou uma política de 
tolerância às drogas. Você não encontrará, por exemplo, 
gente fumando maconha nas escolas e nos transportes 
públicos, lugares onde o consumo é proibido. 
Os usuários só podem acender os seus baseados em 
parques, bares e ao ar livre. Você também não poderá
comprar a Cannabis em qualquer lugar, já que apenas 
casas especiais, os Coffee Shops, podem vendê-la. 
Além disso, uma pessoa pode comprar, no máximo, 
5 gramas de maconha (sendo que os Coffee Shop 
podem ter no máximo 500 gramas da droga), para 
evitar o consumo excessivo e o tráfico de drogas. 
A legislação proíbe, ainda, a publicidade da cannabis 
e a venda da erva a menores de 18 anos.

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