quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Por que você não precisa de um produtor (ainda)
























Uma das coisas mais angustiantes nesses últimos anos eram (são) os e-mails recebidos de bandas buscando salvação na figura de um produtor/agente. Não me assombrava apenas a quantidade de mensagens que chegavam (e a real impossibilidade de respondê-las), mas, principalmente, o fato de não saber o que retornar à grande maioria das missivas de jovens artistas.
Me lembro de um telefonema em que um rapaz passou uns 20 minutos tentando me convencer a assumir a banda dele. Ao final da prosa, fui o mais sincera que pude: “Sabe tudo o que você acabou de me dizer? Por que você não liga nos lugares onde quer tocar e fala exatamente isso pros responsáveis pela agenda?”
produtor-rural
Não há, meus caros, nenhum segredo absurdo em conseguir marcar shows. Tudo depende de uma equação relativamente simples: adequação da sua proposta artística à do local e disponibilidade de data. O que complica as coisas é que a oferta é maior do que a demanda: há mais artistas do que nunca hoje disputando espaço nos palcos (e na mídia).
Muitos acreditam que um produtor/agente tem poderes mágicos para resolver essa matemática. Sinto muito lhes informar que não é bem assim. E mais do que isso: produtores não são filantropos. Então, sabendo que os cachês de uma banda (nova e desconhecida) serão proporcionais a seu público, é natural que não se interessem.
Com tanta informação a solta por essa Internet doida, creio que qualquer artista hoje é capaz de começar a organizar sua carreira sozinho. O livro Música LTDA, de Leonardo Salazar, é de grande valia para entender melhor como uma banda pode funcionar. Lá o autor sugere que os integrantes dividam as funções (gravações, produção, divulgação, etc) entre si para que o trabalho renda. É a melhor forma de se começar, especialmente se considerarmos que no início nenhuma banda da lucro. Contratar um produtor, além do processo todo de encontrar alguém que acredite e decida apostar na sua música, gera um custo – a meu ver desnecessário neste primeiro momento, onde outros investimentos (como a gravação de um disco) são mais urgentes.
Pesquise onde bandas similares a sua costumam se apresentar. Frequente esses locais. Mostre não só a sua demo, mas que você está lá e quer participar. E saiba que, no começo, vão te chamar pra tocar de graça (ou quase isso) – e talvez seja interessante aceitar. Um artista, para chamar a atenção no mar de música nova que existe hoje, não depende só de um som inovador; precisa mostrar que tem público. Esse sim é o grande ponto para se ter algum sucesso: formar público.
Em tempo:

Deixo cá um site que pode ajudar você a tocar por aí: www.toquenobrasil.com.br

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